O Movimento dos camponeses cocaleros na Bolívia é o maior movimento social nas últimas duas décadas.Os cocaleros nunca se definiram apenas como camponeses, mas como indígenas plantadores e protetores de uma folha simbólica para sua cultura, a consagrada folha de coca. O Movimento se constituiu por várias identidades e objetivos, e acompanhou outros setores ativos da sociedade pelas reivindicações étnicas, sociais e econômicas. Vale tentarmos desfazer os estereótipos relacionados aos cocaleros onde sua cultura é subjugada. Na América- Latina, os novos movimentos têm tido um discurso principalmente étnico-cultural, como os neozapatistas e os cocaleros. Em todos eles, discute-se a problemática da terra e da pobreza rural. Os cocaleros levaram para as colônias do Chapare a organização sindical dos camponeses revolucionários sem perder a estrutura familiar como base produtiva e da reprodução social. Na medida em que se organizaram e se constituíram em movimento popular, porém, os cocaleros fizeram prevalecer os valores que aprenderam dos rebeldes kataristas: a importância da defesa de sua identidade e busca da sua autonomia de ação. Mas o que tem a ver estes setores indígenas e movimentos camponeses com os cocaleros? D dissidência camponesa do movimientismo, e em oposição direta contra o pacto militar-camponês, emergem duas vertes que, anos mais tarde constituiriam a liderança futura do novo movimento indígena e camponês. O primeiro foi o katarismo, no altiplano, o segundo foi o movimento cocalero, organizado politicamente a partir de um setor de camponeses quiuchas que não atacando o pacto, fugiram para o Chapare, no trópico Cochabambino, a fim de conquistar novas fronteiras de sobrevivência.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_cocalero
Nenhum comentário:
Postar um comentário